SEMENTES

Bem Vindos!

Sempre pensei que escrever é semear idéias.
Aqui vocês encontrarão as sementes que eu já plantei,
que germinaram, cresceram, deram flores e frutos.

Esse Blog é a semente dos frutos colhidos há muito tempo,
elas dormiram na escuridão por longos anos
e agora
eu estou a semeá-las novamente...,
para germinarem, crescerem, florescerem...
e um dia darem seus frutos.

terça-feira, 10 de abril de 2012

PROJETO "CHALANA"




13/10/93

Jornal de Brasília


Projeto "Chalana"

BIA BOTANA


Para algumas pessoas acumular conhecimentos é tão vantajoso quanto ganhar dinheiro. Riqueza que transcende as impessoais cédulas de papel, o saber atende aos anseios espirituais, mentais e físicos do ser humano. Seu valor se reconhece na sua transmissão de pessoa para pessoa, de geração para geração, atravessando os tempos e motivando sempre mais conheecimento, força propulsora da prosperidade e do progresso humano.

Desde cedo aprendemos que o primeiro camnho ao saber é uma insaciável curiosidade, e foi esta que me conduziu ao pouco divulgado "Projeto Chalana". Embarcação de fundo chato capaz de navegar em águas rasas e de difícil acesso, as silenciosas chalanas navegam os rios brasileiros servindo de transporte às populações ribeirinhas, que sem elas ficariam isoladas e desassistidas de qualquer espécie de auxílio exterior. Por analogia a sua importância no contexto nacional e as suas qualidades funcionais, a chalana veio a servir de inspirado codinome a um Projeto da Marinha do Brasil: o ousado submarino nuclear.

O submarino foi uma arrna inventada pelos franceses para combater o poderio da armada inglesa, roubando-lhe a supremacia marítima que até então esta detinha. Por esse motivo foi classificada como arma dos mais fracos nos estudos estratégicos. O primeiro submarino a propulsão nuclear entrou em serviço nos Estados Unidos em 1955, tornando-se arma valiosa no período da Guerra Fria, quando o mundo inteiro passou a ser visto por satélites, e fêz todos os alvos estratégicos da superfície identificáveis. A submersão no mar transformou-se na única forma de usar o elemento surpresa, seja na defesa ou no ataque.

Apesar do fim da Guerra Fria, o submarino nuclear ainda é de vital importância ao Brasil, em razão da necessidade de maior eficiência e agilidade no patrulhamento, em virtude da vastidão de nossas "fronteiras molhadas". Os submarinos convencionais se mostram muito limitados para atender a essas exigências. basta dizer que o submarino que sair do porto do Rio de Janeiro vai ter que subir para "respirar" logo em Angra dos Reis. Em termos ftnanceiros, o submarino nuclear aparenta custar o dobro que um submarino convencional, uma imagem que se desfaz ao se verificar sua eficiência várias vezes superior, que oferece uma carga de defesa capaz de reduzir os custos finais da operaçâo marítima de vigilância costeira.

O acima exposto motivou a Marinha do Brasil a empreender um esforço, que reuniu sua Coordenadoria para Projetos Especiais (Copesp) com o IPEN (Instituto de Pesquisas de Energia Nuclear) para,  partir do projeto embrionário dos almirantes Otacílio e Álvaro Alberto, desenvolver o "Projeto Chalana", desdobrado no "Projeto Ciclone" de ciclo do combustível, já completado com sucesso, pela Marinha no Centro Experimental de Aramar (SP), e o "Projeto Remo" de construção dos reatores de propulsão nuclear, próximo à finalização. Tendo combustível e motor, o submarino nuclear terá as condições necessárias para sua completa  realização com tecnologia nacional, permitindo ao Brasil adquirir um bem indisponível no mercado internacional, gerar empregos e atender as suas necessidades estratégicas.

O "Projeto Chalana" da Marinha do Brasil, desenvolvido há cerca de dez anos, é de grandioso valor por desenvolver a tecnologia nuclear brasileira de largo alcance, dando firmes passos para implementar a independência científica e tecnológica dó país. É um resultado dos mais significativos e ilustrador do valor inquestionável dos benefícios que o acúmulo de conhecimento pode trazer de prosperidade e progresso, fazendo a maior riqueza que um ser humano pode possuir, e única base sólida lastreadora do destino de uma nação.

Bia Botana é analista política

Um comentário:

  1. SERÁ QUE AGORA O PROJETO CHALANA DO SUBMARINO NUCLEAR DA MARINHA BARSILEIRA VAI EM FRENTE? NÓS ESTAMOS NA TORCIDA PARA QUE SIM!!!

    Governo cria empresa para desenvolver tecnologias do programa ...
    Agência Brasil - ‎há 1 hora‎
    Yara Aquino Repórter da Agência Brasil. Brasília – A Amazônia Azul Tecnologias de Defesa (Amazul) é a nova empresa pública criada pela presidenta Dilma Rousseff, que sancionou a Lei 12.706. A empresa tem a atribuição de desenvolver tecnologias do …



    Governo cria empresa para desenvolver tecnologias do programa nuclear
    09/08/2012 - 15h16

    Yara Aquino
    Repórter da Agência Brasil

    Brasília – A Amazônia Azul Tecnologias de Defesa (Amazul) é a nova empresa pública criada pela presidenta Dilma Rousseff, que sancionou a Lei 12.706. A empresa tem a atribuição de desenvolver tecnologias do Programa Nuclear Brasileiro e para a área nuclear da Marinha. Será também responsável por elaborar projetos e tecnologias para a construção do primeiro submarino de propulsão nuclear brasileiro.

    Caberá ainda à Amazul estimular a implantação de novas indústrias no setor nuclear e prestar-lhes assistência técnica. A empresa é vinculada ao Ministério da Defesa, por meio do Comando da Marinha, e terá sede em São Paulo.

    O quadro de pessoal da Amazul, inicialmente, será composto pelos atuais empregados da Empresa Gerencial de Projetos Navais (Emgepron), que desempenham atividades no âmbito do Programa Nuclear da Marinha.

    A lei sancionada pela presidenta está publicada na edição de hoje (9) do Diário Oficial da União.

    Edição: Carolina Pimentel

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